sábado, 28 de junho de 2014

Como um paradoxo.




As vezes é preciso se afogar, para que se de valor ao ar...
Claro que não literalmente, mas afogar dentro de si, sabe?
A quanto tempo vivi sobre as margens de mim? Com medo de me enfrentar e mergulhar para ver todos os náufragos e bichos estranhos que estavam dentro do meu próprio mar?

Corri atras de dias de sol, mesmo que o tempo estivesse nublado.Implorei para que ele ficasse e de nada me adiantou. 
Fui enganada e a culpa desse engano é tão e somente meu.
Não adianta querer o sol, quando ele tem vontade própria.

Não existe a possibilidade de viver boiando em você.
É impossível simplesmente ignorar sua profundeza.
É necessário estar só e se encarar.
Mergulhar e ver o que precisa ser emersos e colocados para fora do mar.

Tenho mergulhado constantemente dentro do meu mar particular e procurado todos esses náufragos.
Ainda não consegui emergir eles de mim...
Doí quando penso em todas as coisas que afoguei e procurei deixar no fundo, dentro do meu próprio esquecimento.

Quando me olho no espelho e me vejo nos olhos, só enxergo imensidão.
Ainda não consigo ver ate o fundo do meu mar.
Me vejo afogada, dentro de mim.
Dentro de todas as coisas que procurei afogar. 


Como um paradoxo.




CD de Insipração-  Empire! Empire! (i was a lonely estate) - What it Takes to Move Forward (Full Album 2009)